sábado, 11 de setembro de 2010

O pai


Aquele olhar brilhante,
Quem dera fosse alegria.
Aquelas lágrimas rolantes,
Quisera ser de boa epifania.

Mas assim ele estava era de pura tristeza.
A cútis vermelha, peito angustiado,
Mergulhados no amargo do passado,
Perderam nos dias cruéis a rigidez e a beleza.

Ele estava só.
Carinho algum pros filhos dava, tampouco recebia.
Sua dor era a maior,
Repúdio e sofreguidão era o que conhecia.

Sentou-se sobre os tornozelos.
Ninguém com ele falou.
Era o Homem Invisível,
Um cão, um troço qualquer - ele pensou.

Mas o pai não pensou que seu filho inspiraria.
Oxalá a tinta mentisse e escrevesse alegria.
Usurparia o Redator-mor
E na história do homem, acrescentava o amor.

Ignácio

Um comentário:

  1. Belissimo, meu amigo! so esperando um tempinho pra ler essas belas obras com mais calma! nao deixe de produzir!
    Att. Keila.

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