sábado, 29 de maio de 2010

Sem métrica nem trovador

Eu prefiro a gente simples, de suor na testa,
De mãos calejadas, de costas curvadas,
Que sorri disfarçada,
Com um olhar profundo e alma sincera.


Não, isso não é poesia.
É só mesmo pra dizer
Que a felicidade não está
Somente no modelo que criaram pra se viver.


Não é nessa mesmice que espalham pelos lados,
Não é nesse estilo que adotam:
Olhares iguais, copiados.
Não é nessa moda passageira,
Nessa vida sem eira nem beira,
De pseudomúsica e embriaguez,
De mentes escravas do vil metal,
Outras escravas da ciência e presas ao surreal.


Felicidade está na mente peculiar de cada um.
Cada gente é agente transformador.
Tanto eu, como tu,
Pode tirar os espinhos para cheirar a flor.
Não, eu poeta não sou.
Nem métrica tenho
Apenas um coração sofredor.


Eu prefiro gente que as agruras não deixaram
Que o coração viesse amargar
Mas que agradecem pela lição que tomaram
Que no Divino não deixaram de acreditar.

Ignácio
Não, eu não sou um cara assim "de cultura".
Não falo Inglês, mal sei me expressar nessa língua doida nossa.
Nunca li Nietzsche e nem sei pronunciar esse substantivo.

Minha ignorância é colossal!
Admiro essas pessoas inteligentes, sabe? Parecem que elas nascem com uma luz maior.
Picasso, Peter Drucker, Tarsila, Cecília Meireles, Oscar Niemeyer, Shakespeare, Chico Mendes, Zilda Arns, José de Alencar, Chalita, Fernanda Montenegro, Mário Quintana, Lília Cabral, Fernando Pessoa, Marie Curie, Einstein, Descartes, Saint-Exupéry, Camões...
São tantos que nem mesmo já parei para ler, ver, sentir o que nos deixaram.
Já quis ser um desses tipos. Não quero mais.
Prefiro procurar a brisa fácil, inspirá-la.
Prefiro a vida simples, os grilinhos irritantes do quintal que me desconcentram às vezes, a rua deserta de gente que parece não viver e cães rolando no chão, parecendo crianças puras.
Mas só desejo isso por algum tempo.
Depois a bagunça interna renasce em mim outra vez e meu eu é tomado do tédio dessa monotomia, sempre lenta, mas bela.
É isso que dá acordar mais cedo que os outros... Essa sensação besta de que tenho mais raciocínio do que eles, quando na verdade sou o mais tolo em pensar que eles estão errados nessa rotina já acostumada e querida.
Não sou um ser de cultura.

Ignácio

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Por que queres comandar meu mundo?
Quem disse que te quero como meu gestor? Quem te disse que quero me submeter ao teu cajado injusto?
Nunca me enxergou a fundo. Quantas vezes mergulhou em minha pupila?
Quais são os meus segredos que te pertencem?
Quantas vezes ouviu minha opinião, conheceu minhas frustrações e ideias? Acaso tenho eu culpa de tua incompetência em se relacionar com quem tu julgas de imbecil?
Acaso posso eu me moldar conforme tua forma burra, seca e sub-humana?
Eu sei o que sentes, animal débil!
É medo de veres que sou mais forte, mais hábil...
Tens medo de ver tua posição descer ao ralo.
Quão medíocre és tu, alma de barata!
Não pedes perdão, não se autoavalia, não aceita opiniões, tão pouco propostas inteligentes. Tu és uma das pessoas mais toscas que já vi!
não consegue ver qualidades nos outros. Como podes ser assim?
Nem olhar-te posso mais. Cria em mim sentimentos de almas pobres. Tua postura de ser auto-suficiente mostra que és fraco, centralizador e incapaz de ser sincero.
Tua existência profocou em mim, depois que me frustraste, a visão que sou mais iluminado.
Pena que não gosta de luz, morceguito bobo!
Por ser cego, por ter se bloqueado de relações tão amigáveis, não tens mais ninguém pra contar.
Pena...
Já quis ser teu amigo. Agora, não mais. Não neste instante, quem sabe quando perceberes que a trave ta no teu olho e não nos olhos dos que descartas.
Pena, mas não te aceito.
Perdoo, mesmo sem pedir, mas tua energia oposta me faz mal.
Por enquanto, não. Fica aí mesmo.
Pena...

Ignácio