quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O eu



Eu posso ser o meu maior mal,
ser o meu maior amigo, melhor companhia.
Posso até ser meu mais fiel amante,
ou de verdade minha mais cruel perdição,
maior engano, pior agonia.
O fato é que o problema está no eu.
O problema está no desconforto desse eu.
Não vê como os outros, não encontra lógica,
Perde tempo se lamuriando
E perguntando do azul do céu.
Sim, até disso ele desconfia!
Por que esse céu se desenrola assim?
Será erro, será mentira, onde está chão?
Parece que ele se juntou ao mar tão negro, lá longe...
Tão distante que dá tristeza, que discórdia, não há mais horizonte.
O eu não consegue assimilar bem as coisas.
Eu to quase desistindo dessa insistência,
Dessa retórica boba, dessa vida morta...
Ele se pergunta demais, não quer fazer como os outros e viver à toa...
Pára infeliz! Para sem acento agora!
Chega de perguntas, inventa uma paz, vai dormir...
Não, não! Nada de poesia.
A vida não é isso, chega de versos dissonantes,
Chega de dores cantadas em dó maior...
Ninguém vai te ler, linha boboca.
Tu tá aqui porque eu te quero escrever,
Ou até tu queres me deixar só?




Um comentário:

  1. ´´Chega de dores cantadas em dó maior´´


    Gostei dessa frase, mas se combinarmos e fizermos um acorde se for uma tonica, terça e quinta sera uma harmonia alegre e se for uma terceira diminuida sera uma acorde triste.

    O Eu que tem que decidir

    Continue escrendo muito bom seu poema

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