terça-feira, 1 de março de 2011

Há um grito que não posso gritar
e lágrimas que não vou deixar cair,
murmúrios que não vão soar
e dores que fingirei não sentir.

Há um  pranto que  vou silenciar
e mentiras que vão ruir,
abrindo feridas na minha alma
e desfazendo meu sorrir.

São as horas de solidão e de morte
em que a luz da vida cessa,
em que não adianta cantarolar à sorte.
A dor é tamanha e minha canção é cega.

E assim, nascem apenas versos tristes,
desses que a gente nunca quer entoar.
Minha alegria já não existe
só restando lamúrias pra lamentar.

São de flores e de pedras que a vida é traçada.
Tão poucas são as que vi florir.
Meus pés cansados estão da caminhada,
cansados de tantas agruras sentir.

Oh, Deus! Eu quero a fé dos mais dóceis.
Quero os versos da Coralina*,
a sabedoria do poeta matuto,
A alegria da luz matutina...

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* Cora Coralina, grande poetisa e ser humano.
Conheça mais sobre ela: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina

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