Anos atrás, como
todo nascido no início da década de 90, quando assistia a documentários que
exaltavam os cara-pintadas, os brasileiros plantados em Brasília pela
Constituinte de 1988 (redemocratização como gostam de marcar entre os anos de
1985-1990), quando lia em livros de História contemporânea, a luta do povo por
melhoria e ideais libertários, quando conheci o Cálice do Chico Buarque ou o
Que país é este do Legião Urbana, eu dizia pra mim mesmo que “ainda bem que
hoje as coisas caminham mais calmas”.
Ainda bem que
hoje penso diferente e vivemos, você e eu um momento em que nossos filhos daqui
a 20 anos lerão nos tablets deles, numa escola totalmente renovada (quem sabe
outra criação mais mirabolante), a situação de nosso mundo, as revoluções
pro-democracia no Egito, as lutas na Líbia, o confronto por salário mais justo
dos professores estaduais “versus” policiais do Batalhão de choque aqui em
Fortaleza – que na verdade parecia mais para quem está de fora que era o estado
contra os servidores.
Ou seja, meu
desejo infantil bobo de luta, ao ler as postagens no FB, ao ler nos jornais os
acontecidos pelo mundo, ao encontrar os novos milhares de poetas da realidade
digital, que nem 200 Pinochet em centenas de anos de ditadura conseguiriam matar, foi
saciado.
Vivemos num
mundo de lutas, armadas ou não. Um mundo onde ainda existem sonhadores pelo
simples ato de falar o que se pensa e sente, apenas por desejo de liberdade.
É certo que
estamos sujeitos a mais preocupações do que a gama de títulos “honoris causa”
do Lula. Mas o que move nossas vidas é o sonho de dias melhores, de uma
sociedade mais humana.
O que nos move é o sonho em todas as suas vertentes.
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