quarta-feira, 18 de março de 2009

As vezes não sei lidar com as diferenças...


Em uma das aulas de Matemática Aplicada à Administração, tive um encontro com um pedaço de mim que se mostra estúpido...

O professor local resolvia um problema bem simples de Sistemas de Equação, que para mim já passou de "coisa nova" há muito tempo. Eu não compreendia como se podia perder cerca de 20 min em uma questão tão simples e o pior, mostrei o desdém que tinha naquele momento, não me importando com os dados que para os outros colegas eram preciosos. Não percebia naquele instante que meu "id" estava muito aflorado! Só vim perceber meu erro quando estava com meu grupo de estudo:

Tínhamos passado horas na tentativa de acharmos soluções para outras questões (bem mais complexas que as que o caro professor resolvia em sala) quando veio nossa hora de voltarmos às nossas casas. Enquanto esperávamos o taxista de uma componente de nosso distinto grupo, nasceu uma conversa que me abriu o coração e arrasou com minha consciência. No início, falávamos sobre nosso cotidiano atribulado, sobre nossos colegas antipáticos, chefes mal encarados e etc... quando uma outra pessoa que participa de nosso grupinho, pariu um enredo diferente.

Essa colega é muito batalhadora, sua o dia todo pra "dar conta do recado" e sempre está nas aulas e ainda comigo em dias alternativos. Ela falou-nos do início de sua trajetória, lá no Fundamental, quando tinha que deslocar-se quilômetros de canoa para ir a escola que nem mesmo material didático lhe oferecia. Quando a chuva castigava a região, cobrindo as pontes, os professores passavam semanas a dentro sem lecionar sequer uma aula.

Foi aqui amigos que percebi o quanto fui medíocre em pensar que temos a obrigação de sermos iguais nas chegadas de nossos pontos de partidas...

os Sistemas de Equações e eu atormentando a mente daquela heroína!!!

Digo heroína porque ela sim venceu muitos obstáculos para chegar até a Faculdade de Administração: horas de canoa, chuva "nos coro", sem material para consultas e o pior sem quem a ensinasse e ainda é a única da turma dela que chegou a Universidade!

E eu sempre morei a algumas quadras do portão do colégio, sempre com bons livros e aulas ministradas com boa qualidade.

Hoje, estamos no mesmo patamar, usando da mais alta Tecnologia da Informação em nossa corrida pelo saber mais.

Antes desse fato, nunca tinha parado seriamente para meditar que nós ali na sala não temos as mesmas características (apesar de que deveríamos ter, nem tanto mas mas aproximadamente). Nem todo mundo gosta e/ou teve a oportunidade de tentar gostar de coisas relevantes em alguns momentos como Sistemas... Não somos polivalentes, nem creio que devemos ser.

Considerei interessante esse ocorrido porque agora busco mais entender os meios que nos levaram aos fins, ou ainda mais poeticamente, entender as correntes que nos levaram ao mar...

Esse foi mais um exemplo pra mim... Verdadeira lição!!